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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Aécio não explica nepotismo, desvios na Saúde e publicidade milionária

Política

Irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG),
 Andrea Neves da Cunha é citada em processo
Acusado de nepotismo e de promover uma onda de censura à imprensa em Minas Gerais, Estado que governou ao longo de oito anos, AécioNeves também não respondeu à denúncia da adversária petista, Dilma Rousseff, de desvios na área da Saúde, que somam R$ 7,6 bilhões, e transferências milionárias de recursos públicos para rádios da família Neves.

Por Redação - Correio do Brasil
O candidato tucano Aécio Neves saiu do debate na TV Bandeirantes, na madrugada desta quarta-feira, com assuntos pendentes junto à opinião pública. Acusado de nepotismo e de promover uma onda de censura à imprensa em Minas Gerais, Estado que governou ao longo de oito anos, AécioNeves também não respondeu à denúncia da adversária petista, Dilma Rousseff, de desvios na área da Saúde, que somam R$ 7,6 bilhões, e transferências milionárias de recursos públicos para rádios da família Neves.
Sobre a questão do nepotismo, Neves saiu-se com uma evasiva, sem admitir, como já havia feito anteriormente, ter sido contratado para trabalhar na Câmara dos Deputados, que fica em Brasília, mesmo enquanto ainda morava no Rio de Janeiro, em 1980. Na época, tinha 19 anos. Em nota recente, o tucano disse que cuidava da agenda do deputado Aécio Ferreira da Cunha – seu pai – que exercia mandato no Partido Democrático Nacional (PDS), sigla sucessora da Arena, legenda criada pela ditadura militar.
De acordo com a nota emitida pela assessoria de imprensa de Aécio, não havia qualquer irregularidade no fato de ele estudar no Rio e trabalhar para o gabinete do papai. Os ocupantes de cargos na Câmara só passaram a ter que atuar em Brasília a partir de 2010, segundo o texto. A questão do nepotismo, porém, pareceu inexpressiva para o atual candidato à Presidência da República. Em sua biografia oficial, porém, Aécio Neves omite o período em que trabalhou remotamente para o mandato paterno.

Rádios milionárias
No debate, Dilma pediu que o adversário esclarecesse quanto pagou, em dinheiro público, aos meios de comunicação que sua família controla do Estado de Minas Gerais. Nem ele, nem o atual governo mineiro, no entanto, divulgam informações precisas sobre despesas que o então governador realizou na veiculação de publicidade oficial em três rádios e um jornal de seus parente, entre 2003 a 2010, período em que esteve à frente da máquina pública. Em relatório, divulgado no início da semana, o atual governo reconhece que as empresas da família Neves receberam repasses milionários, em publicidade, no período em que ocupava o Palácio da Liberdade. Mas recusa-se a dizer, exatamente, quanto pagou.
A família do presidenciável tucano controla a Rádio Arco Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte, e as rádios São João e Colonial, de São João del Rei, além do semanário Gazeta de São João del Rei. Aécio é sócio da Arco Íris com a irmã mais velha, Andrea, e a mãe, Inês Maria Neves Faria. Quando o irmão era governador, Andrea Neves era coordenadora do grupo de assessoramento do governo que tinha como atribuições “estabelecer diretrizes para a política de comunicação” e “manifestar-se previamente sobre a relação de despesas com publicidade”, de acordo com o decreto que o regulamentou.
Em 2011, a pedido do PT, o Ministério Público de Minas Gerais apurou, junto ao governo, que a rádio Arco Íris recebera R$ 210.693 no ano anterior e aguardava um levantamento detalhado sobre os gastos desde 2003, mas esses dados, até agora, permanecem sigilosos. Procurada, a assessoria da campanha do candidato tucano preferiu não se manifestar. Na véspera, o candidato do PSDB à Presidência já havia tangenciado a questão e afirmou a jornalistas que “não tem ciência” dos números sobre o quanto o governo de Minas Gerais transferiu, em forma de publicidade, às rádios e ao jornal da família.
Neves mostrou-se irritado com as perguntas dos repórteres e disse apenas que a pergunta devia ser feita ao governador de Minas – Alberto Pinto Coelho, do PP, seu aliado.
– Não tenho ciência destes números, mas estimulo o governo que os dê. Tem que perguntar ao governador de Minas. Não sou governador – disse Neves, de forma ríspida, em rápida coletiva na capital paulista.
A propriedade da rádio por Aécio, a irmã Andrea Neves e a mãe, Inês Maria Neves Faria, veio a público em abril de 2011, quando o senador teve a carteira de habilitação apreendida durante uma blitz da Lei Seca no Rio. Ele dirigia um Land Rover, comprado no ano anterior em nome da emissora. Aécio tornou-se sócio da Arco Íris em dezembro de 2010 quando já tinha deixado o governo. No período em que Aécio era governador, Andrea Neves já integrava o Núcleo de Comunicação Social do Governo – que tratava da publicidade do Executivo.

Irmã poderosa
A jornalista Andrea Neves chegou a receber a alcunha de “primeira irmã da república das Gerais”. Ela, segundo a Wikipedia “fez parte do Grupo Técnico de Comunicação do Governo de Minas Gerais. Trata-se de um núcleo de trabalho que reúne os responsáveis pelas áreas de comunicação dos órgãos da administração direta e empresas públicas, entre outros, para estabelecer as diretrizes e a execução das políticas de prestação de contas do governo estadual à população. O grupo atua de forma colegiada e tem caráter consultivo e de assessoramento”.
“À frente do Grupo Técnico de Comunicação do Governo, Andrea despertou som e fúria, dependendo do gosto e do partido do freguês. Aos olhos da situação, ela teve papel fundamental na construção da imagem de Aécio como gestor competente que saneou as finanças do Estado”, acrescenta o jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu blog.
Ainda segundo reportagem publicada no blog do Azenha, a principal tarefa da irmã de Aécio Neves era servir como um “tentáculo do irmão esticado em direção à mídia, que se valeu dos mais variados instrumentos para afagar ou sufocar veículos de comunicação.
Durante o governo de Aécio Neves, Andrea foi acusada de manejar as verbas de publicidade do Estado de acordo com os interesses políticos de Aécio e de influir na imprensa mineira, a ponto, inclusive, de provocar a queda de jornalistas pouco simpáticos ao governo. Deputados da oposição chegaram a apresentar denúncias formais contra Andrea, imputando a ela e ao irmão desvio de recursos da área de comunicação do governo”.

O vídeo intitulado Liberdade, essa palavra, foi veiculado com depoimentos de comunicadores censurados:


Liberdade, essa palavra – Parte 1.




Liberdade, essa palavra – Parte 2.




Citada no vídeo, Heloísa Neves – mencionada por Marco Nascimento (na Parte 1) era assessora do governador, subordinada a Andrea Neves. Trata-se da ex-mulher do jornalista e publicitário Eduardo Guedes, que por sua vez assessora Aécio Neves – e é um dos réus do mensalão tucano, acusado de desviar R$ 3,5 milhões para a empresa de Marcos Valério.
Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Andrea Neves é a responsável por comandar a comunicação da campanha do tucano à Presidência.
Fonte - Correio do Brasil  15/10/2014

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Por que Aécio vai mal em Minas? Porque os mineiros não conheciam Aécio

Política

Kiko Nogueira - DCM

Em Minas Em terceiro lugar nas pesquisas para presidente, Aécio Neves está amargando um resultado frustrante em seu berço político. De acordo com o último Datafolha, ele aparece, em Minas Gerais, com 22% das intenções de voto, atrás de Marina Silva (27%) e de Dilma Rousseff (com 35%, em primeiro lugar). Pimenta da Veiga, do PSDB, está oito pontos atrás do petista Fernando Pimentel. A crise fez com que a irmã de Aécio, Andrea, se transferisse para MG em busca de tentar estancar a sangria. De acordo com a Folha, o dirigente da Força Sindical, João Inocentini, um apoio importante, já teria entregado os pontos, afirmando que “a vaca foi para o brejo”. O PSDB manda no estado desde 2003. Aécio foi governador por oito anos. Elegeu o sucessor, Anastasia. No final de seu segundo mandato, pelos números do Vox Populi, alcançou 92% de aprovação. O que aconteceu? Bem, além do fenômeno Marina e do fato de que suas propostas não encantam ninguém, aconteceu que Minas não é o Brasil. A nacionalização de Aécio levou na enchente sua força regional. O jeito Aécio de lidar com a imprensa não é exportável para o resto do país. A ação que ele move contra o Twitter para abrir os dados de 66 contas — entre elas, a do DCM — é emblemática. Se antes ele falava no “submundo da internet”, hoje se refere a uma “rede orquestrada”. A pressão sempre funcionou muito bem em MG, onde ele resolvia as coisas com um telefonema. Para ficar num exemplo recente: as poucas matérias do maior jornal local, O Estado de Minas, sobre o aeroporto na fazenda de seu tio serviram para abrir-lhe espaço para dar explicações. O assunto foi, até o limite, escondido na mídia “oficial”. Como resultado, imediatamente após o escândalo, 64% dos mineiros nunca tinham ouvido falar da obra, segundo o Datafolha. Apenas 12% se declararam informados. Com a internet, ficou impossível camuflar o tema. Aécio sempre contou com essa blindagem (vale a pena ver o documentário “Liberdade, Essa Palavra”). Donde seu espanto e conseguinte agressividade diante de jornalistas que lhe fazem perguntas incômodas, como no Roda Viva — em que insinuou que o diretor da Piauí, que abordou a questão das drogas, “já tinha candidato” — ou no Jornal Nacional. Ele está sendo obrigado a responder por coisas sobre as quais nunca teve que dar satisfação. Aos poucos, a cortina de fumaça vai se dissipando — inclusive, obviamente, em Minas Gerais. Os mineiros estão, finalmente, conhecendo melhor o homem. E não estão gostando do que vêe
Fonte - DCM (Diário do Centro do Mundo)   09/09/2014

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O que a Globo vai descobrir se o jatinho do JN pousar em Montezuma

Política

Por Ricardo Amaral, no Conversa Afiada
Dos 16 minutos cronometrados [da entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo], Dilma falou 10 minutos e meio; [o apresentador William] Bonner, 4 e meio, e Patrícia [Poeta, a apresentadora] quase 1 minuto. Dá 65% para ela e 35% para eles. Dilma pronunciou 1.383 palavras, contra 980 da dupla (766 só do Bonner), o que dá 60% x 40%. Isso é escore de debate, não de entrevista. A dupla encaixou 26 acusações ao governo e ao PT; algumas, com ponto de exclamação. Nos quatro blocos temáticos (corrupção, mensalão, saúde e economia) Bonner lançou no ar 13 pontos de interrogação, e Patrícia, dois. A presidenta foi interrompida 19 vezes. Tomou dedo na cara de Bonner e de Patrícia, que reclamou de uma resposta com um soquinho na mesa. Isso não é comportamento de jornalista. Na entrevista com Aécio Neves – que muitos acharam “dura”, embora tenha sido apenas previsível – a dupla fez quatro interrupções e cinco reiterações de perguntas.


Antes de pousar, avisem o menino

Por Luiz Carlos Azenha,
de Montezuma, Minas Gerais
Estamos, outra vez, em temporada eleitoral. Temporada de entrevistas no Jornal Nacional, de debates, daquele jatinho que cruza os céus do Brasil em busca de discutir os problemas nacionais. Em geral, são os problemas federais. Como os leitores, ouvintes e telespectadores do quarteto midiático — Folha, Estadão, Abril, Organizações Globo — talvez já tenham notado, não existem problemas de fundo em São Paulo, nem em Minas Gerais — por coincidência, sob governos tucanos.
Talvez a produção do JN decida pousar em Montezuma, no extremo norte do estado de Minas, fronteira com a Bahia. Há quem estranhe que a emissora mais poderosa do Hemisfério Sul não tenha feito isso ainda, diante das denúncias de que um dos candidatos ao Planalto teria beneficiado a própria família com dinheiro público.
O Jornal Nacional está preocupadíssimo com a corrupção, como se viu na entrevista de William Bonner com a presidente Dilma Rousseff.
Assim sendo, é mais que justo que despache o jatinho até Montezuma.
A simpática cidade, de cerca de 8 mil habitantes, tinha uma pista de terra mandada construir pelo ex-governador mineiro Newton Cardoso. No final de 2007, quando Aécio Neves era governador de Minas Gerais, o aeródromo foi incluído no ProAero, o Programa Aeroportuário de Minas Gerais.

Segundo o Diário Oficial de Minas Gerais, o objetivo do programa tocado pela Secretaria de Estado e Obras Públicas (SETOP) era que Minas tivesse, em 2011, “69 aeroportos funcionando 24 horas por dia”.
Antecipando-se à Globo, apesar de seus parcos recursos, o Viomundo constatou que, no que se refere a Montezuma, o programa fracassou.
Não se você considerar justificável construir aeroportos para manter a saúde pública.
Hoje Montezuma, cidade de 8 mil habitantes, dispõe de uma pista asfaltada de cerca de 1.300 metros. É mais ou menos o mesmo tamanho da pista de Guarujá, no litoral paulista, cidade de 300 mil habitantes onde aconteceu o trágico acidente envolvendo o candidato Eduardo Campos.


Porém, o aeródromo de Montezuma está abandonado.

A revista CartaCapital tentou explicar a insanidade:

Em março de 2008, o Departamento de Estradas de Rodagem mineiro adiantou-se e escolheu uma empreiteira para pavimentar a pista de terra de Montezuma. Contratou a Pavisan, por 268.460,65 reais. Segundo um ex-executivo da empresa, que lá trabalhava à época, a obra foi um mau negócio. O valor seria irrisório e não cobriria os custos. Ele não vê razão econômica para o estado investir no local, pois perto de Montezuma há cidades maiores que poderiam ter sido contempladas com um aeroporto. Qual seria a justificativa? A proximidade com as terras da família de Aécio? Facilitar o contato aéreo entre pai e filho? E se o negócio era ruim, por que a empreiteira topou? A Pavisan fechou vários contratos com o governo mineiro durante a administração de Aécio. O dono da construtora, Jamil Habib Cury, ocupou cargo público na gestão do tucano. Foi diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais. Estava no posto quando a Pavisan foi escolhida para a pavimentação em Montezuma. Consta ainda na lista de doadores das duas campanhas vitoriosas de Aécio ao comando do estado, em 2002 e 2006. Na última, doou 51 mil reais.


A placa ao lado é de uma Unidade Básica de Saúde que está sendo reformada, bem diante do aeroporto abandonado de Montezuma.
Quer dizer que o governo de Aécio Neves torrou, em dinheiro de 2011, reajustado pela inflação de William Bonner, duas unidades básicas de saúde da Patrícia Poeta para asfaltar um aeroporto-fantasma?
Teria sido pelo fato de que a família do candidato tucano ao Planalto é proprietária, no município, de quase mil hectares de terras, na Perfil Agropecuária e Florestal?




Acima, reproduzimos trecho da declaração de renda do candidato. ( http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/de-zero-a-r-17-mi-o-patrimonio-dos-presidenciaveis-em-2014 )
Quando as obras foram feitas em Montezuma, com Aécio governador de Minas, o pai dele era o dono das terras, obtidas através de usucapião.
O pai de Aécio foi deputado estadual entre 1955 e 1963 e deputado federal entre 1963 e 1987. Ou seja, estava em posição de poder ou tinha o filho em posição de poder quando tocava demandas judiciais para ficar com a propriedade.
Era dono das terras e tinha o filho em posição de poder quando a reforma do aeroporto aconteceu, mais ou menos a 30 quilômetros de sua propriedade.
Mera coincidência?
O então governador e hoje candidato sabia que, potencialmente, ao promover a reforma poderia valorizar sua futura propriedade?
Em nossa passagem por Montezuma, entrevistamos duas pessoas que viram o agora senador desembarcando no aeroporto reformado. Aécio pousou lá. Em outra ocasião, foi o cantor Amado Batista, na véspera de fazer um show numa cidade do sul da Bahia.
Uma moradora da cidade disse que o aeroporto foi um dos principais investimentos estaduais já feitos em Montezuma. Segundo ela, antes da obra os montesumenses eram obrigados a caminhar em rodovias da região, correndo risco de atropelamento.
Agora, dispõem de um aeroporto para se exercitar. As caminhadas acontecem de manhã, bem cedinho, ou no final da tarde.


É isso mesmo: a obra do ProAero foi convertida em uma imensa pista para que a população local mantenha a forma física.
Perguntei a um dos usuários sobre o risco de um avião pousar inadvertidamente. Ele respondeu mais ou menos com as seguintes palavras: “Dá para ouvir o barulho. Qualquer coisa a gente se joga no mato”.
O aeroporto nunca foi homologado pela ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil.
Ainda assim, segundo os montesumenses que ouvimos, em tempos “de política” pousam ali aviões trazendo candidatos.
Este ano, quem sabe, será a vez do jatinho do Jornal Nacional.
PS1 do Viomundo: Já imaginaram se o Lula tivesse mandado reformar um aeroporto perto das terras — inexistentes — do filho dele, que para metade dos brasileiros é dono da Friboi (falso!) e tem como sede de fazenda a Escola Superior de Agicultura (ESALQ) de Piracicaba (falso!)? Quantas equipes a Globo despacharia para cobrir o escândalo?
PS2 do Viomundo: Na semana que vem, publicaremos a reportagem completa sobre nossa visita à cidade, bem como um mini-doc sobre o Choque de Gestão em Montezuma.
Veja matéria original aquihttp://www.viomundo.com.br/denuncias/o-que-globo-vai-descobrir-se-o-jatinho-jornal-nacional-pousar-em-montezuma.html )
Contribuições para o Viomundo - http://www.viomundo.com.br/faca-parte
Fonte - Viomundo 20/08/2014

domingo, 20 de julho de 2014

Como a família de Aécio ficou dona de terras públicas em Minas

Política

© GEORGE GIANNI / PSDB.ORG.BR
Aécio Neves, senador por Minas Gerais
 e candidato tucano à Presidência da República:
 multiplicação de patrimônio
Pai do senador registrou em seu nome uma área de 950 hectares pertencente aos mineiros localizada numa das regiões mais pobres do estado. Aécio governador entrou em conflito com Aécio herdeiro
por Helena Sthephanowitz publicado 


Helena Sthephanowitz - Blog da Helena
Montezuma é um município mineiro no norte de Minas Gerais com um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Deputados, governadores e senadores mineiros poderiam desenvolver boas políticas públicas para elevar o desenvolvimento local, tais como incentivar as pequenas propriedades rurais familiares. No entanto o município é palco de uma triste história do patrimonialismo de oligarquias políticas do Brasil.
Terras rurais em Montezuma que foram registradas pelo estado de Minas como devolutas acabaram indo parar no patrimônio pessoal do senador Aécio Neves (PSDB) após uma disputa judicial por usucapião da empresa agropecuária de seu pai.
O fim desta história aparece com o patrimônio do senador engordando na declaração de bens feita nas eleições de 2014 em relação à de 2010. O segundo maior item de sua variação patrimonial foi no valor de R$ 666.660,00 referente a cotas da empresa Perfil Agropecuária e Florestal Ltda., herdadas de seu pai falecido.
Até aí estaria tudo bem. O problema é quando voltamos ao dia 2 maio de 2000, quando se iniciou uma disputa para apropriar-se de terras públicas, típica do coronelismo patrimonialista praticado nos rincões do Brasil arcaico.
A Perfil Agropecuária e Florestal Ltda. pertencia a Aécio Ferreira da Cunha, pai do senador tucano. A empresa entrou com processo de usucapião para registrar a propriedade de vastos 950 hectares de terras em Montezuma, em 2/5/2000. Já soa injusto a lei permitir que uma empresa de um ex-deputado, que morava desde a década de 1960 no Rio de Janeiro, ser tratada como se fosse de camponeses posseiros que adquirem o direito ao usucapião por trabalharem e viverem na terra. O juizado da comarca de Rio Pardo de Minas julgou a favor da empresa em 2001.
Na hora de a empresa registrar a fazenda no Cartório de Registro de Imóveis competente, a área já estava registrada em nome do Estado de Minas Gerais, como terras devolutas, em cumprimento a outra ordem judicial anterior da Apelação Cível nº 86.106/4.
A partir daí houve longa disputa judicial, com o estado de Minas recorrendo para ter as terras de volta. Desembargadores mineiros votaram a favor da família de Aécio. Recursos chegaram até ao Supremo Tribunal Federal (STF), o último arquivado em 2013, que também foi favorável ao lado do tucano.
É preciso lembrar que em 2000 o atual senador Aécio Neves era deputado federal pela quarta vez e deveria representar mais os interesses públicos dos cidadãos de Minas do que seu próprio interesse privado. De 2003 a 2010 foi governador de Minas. Presenciamos a inusitada situação política de, na prática, o interesse do Aécio herdeiro brigar na justiça com o de Aécio governador. O interesse patrimonial privado do herdeiro falou mais alto do que o interesse público da população que o cargo de governador deveria representar.
Uma gleba de 950 hectares de terras devolutas poderia ser a redenção de famílias camponesas pobres de Montezuma, através da geração de renda pela produção da agricultura familiar, em vez de apenas somar um pouco mais ao já elevado patrimônio da oligarquia política dos Neves da Cunha.
Este caso explica muito das raízes da desigualdade passada de geração para geração e da concentração das riquezas no Brasil nas mãos de poucos. Muitas destas riquezas vindas de um processo de apropriação de patrimônio público por mãos privadas, justamente pelas mãos de quem deveria defender o interesse e o patrimônio público.

Operação Grilo
O caso é outro e não aparece a família de Aécio Neves no meio das acusações, mas sim órgãos do governo tucano de Minas e velhas práticas de outras oligarquias políticas. Em 2011 a Operação Grilo prendeu nove pessoas acusadas de comporem uma organização criminosa para fazer grilagem de terras públicas justamente nesta região norte de Minas Gerais. Toda a cúpula do Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais (Iter-MG) foi afastada.
Segundo as investigações, o esquema contava com servidores públicos do Iter/MG, funcionários de cartórios e servidores de prefeituras mineiras, para fraudar a posse de terras devolutas.
O promotor Daniel Castro, de Rio Pardo de Minas, disse na época: "São terras que pertencem ao estado de Minas Gerais e foram parar nas mãos de particulares."
As reproduções abaixo mostram a documentação que legitimou a posse de terras da União para a família Neves



Fonte - Rede Brasil Atual  20/07/2014

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Na TV, Aécio inflaciona feijão na Paraíba e mantém demandas populares sem propostas

Política

PSDB / REPRODUÇÃO
Cena do programa eleitoral gratuito do PSDB, em que o candidato da oposição voltou a perder a chance de mostrar que tem propostas para o país

Por Helena Sthephanowitz 
Blog da Helena
A propaganda partidária do PSDB nacional na TV foi ar na quinta-feira (19), e foi estrelada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), dentro da estratégia do partido de promover seu pré-candidato a presidente.
Na propaganda, o tucano faz uma incursão pelo Nordeste, em Campina Grande, na Paraíba. Uma simpática moça fala sobre sua barraca que mantém numa feira da cidade, onde vende refeições – o marqueteiro a escalou no roteiro para reclamar do preço dos alimentos. Ela aparece no supermercado fazendo compras e falando que "no início do ano o feijão estava a R$ 3 e hojen para comprar a R$ 6 ou R$ 7 é uma briga".
O problema é que segundo levantamento do Procon municipal da cidade, neste mês de setembro, o feijão pode ser encontrado com o menor preço de R$ 2,19 e o maior preço de R$ 4,33 conforme o estabelecimento. Ou seja, a propaganda tucana faltou com a verdade, colocando preços até três vezes mais caros do que a realidade.
Não culpemos Suênia, a simpática paraibana que apareceu fazendo compras, por isso. Há a possibilidade de ela apenas ter sido dirigida pelo marqueteiro com um roteiro que acabou se tornando de ficção, ou a possibilidade da gravação da propaganda ter sido feita em outro período crítico de entressafra, com queda na produção por causa da seca, fazendo os preços atingirem um pico no passado. E o marqueteiro pode ter aproveitado as imagens de gravações antigas só agora, sem o compromisso com a verdade atual dos preços.
Em outra passagem do vídeo, Aécio aparece com produtores de soja de Mato Grosso fazendo críticas à logística de transporte. Definitivamente, o senador, em seu papel de oposição, não estava com sorte. Na mesma quinta-feira, pela manhã, a presidenta Dilma Rousseff havia inaugurado, justamente em Mato Grosso, o maior complexo de carga intermodal da América Latina, na cidade de Rondonópolis. Ali já chega a ferrovia Ferronorte, por onde escoa boa parte da produção de grãos diretamente até o porto de Santos.
Em outro trecho, Aécio aparece trafegando em São Paulo. Fugiu de falar em metrô, após o recente escândalo da Siemens. Elogiou a gestão de seu colega de partido, o governador Geraldo Alckmin (que não apareceu em momento algum do programa), no quesito escola técnica. Ficou estranho ele não ter elogiado o ensino técnico de Minas Gerais, onde ele foi governador por oito anos. Limitou-se a elogiar a educação básica de seu estado genericamente.
No fim, ele tentou mostrar sintonia com a juventude que foi às ruas, se conversando com um grupo de jovens, sentado em uma escadaria, e dizendo que estava todo mundo cansado de enrolação. Na sua preleção, porém, não falou nada sobre saúde, o pouco que falou sobre educação foram platitudes, não deu nenhuma proposta para combater a corrupção, nem de cortar custos e privilégios no Senado, muito menos de reforma política, custeio de campanhas eleitorais etc.
Resultado: a propaganda foi esteticamente bem feita, bem produzida e orientada por pesquisas qualitativas de opinião. Mas fica a dúvida: será que Aécio e o PSDB conseguiram convencer que tenham realmente algo a oferecer?
Fonte - Rede Brasil Atual  20/09/2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Após conversar com Barbosa, Serra decide estudar para concursos públicos

Barbosa convenceu Dilma a abandonar o laquê
BRASÍLIA - Depois de convencer o novo presidente da Câmara, Eduardo Henrique Alves, de que a palavra final sobre a cassação de deputados condenados é do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa abriu seu gabinete para visitações. "O primeiro a entrar foi José Serra. Foi difícil, mas o convenci a estudar para o concurso público que seleciona escriturários do Banco do Brasil", anunciou. "Disse a ele que o Brasil não merecia alguém tão supremamente superior e belo na Presidência e ele, então, se sensibilizou", concluiu.
Em seguida, Barbosa convenceu Eike Batista a deixar a calvície agir naturalmente sobre seu ser, a diretoria do Country Club da Zona Sul carioca a aceitar ex-BBBs como sócios e o jogador Adriano a emplacar como pastor evangélico. "Meu gabinete está de portas abertas para José Dirceu", enfatizou, após convencer Silas Malafaia a assumir o romance com Alexandre Frota.
A assessoria de Aécio Neves negou que Barbosa tenha convencido o mineiro a assumir sua verdadeira identidade e se candidatar ao governo do Rio.
Fonte -  The i-Piauí Herald  08/02/2013

sábado, 9 de junho de 2012

"Lista de Furnas": quem e quanto - POLÍTICA.com

POLÍTICA.com


Por Antônio Mello, em seu blog:

Depois que um laudo do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal atestou a autenticidade da lista de Furnas, que mostrava quem recebeu e quanto dinheiro desviado da empresa nas eleições de 2002, os partidos de oposição aos governos populares Lula-Dilma entraram em polvorosa, especialmente o PSDB, que levou quase 70% da bolada, como mostra o gráfico a seguir.



Detalhe: Como o gráfico é antigo, onde se lê PFL, entenda-se o atual (por enquanto, já que se extingue rapidamente) DEM.
Teriam se beneficiado do caixa 2 de Furnas, na época do governo de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo:
José Serra - 7 milhões -
Geraldo Alckmin - 9,3 milhões -
Aécio Neves - 5,5 milhões -
Kassab - 100 mil -
Eduardo Azeredo (chefe do mensalão tucano de Minas, que é pai do mensalão do PT) - 550 mil.
Logo que a lista apareceu, distribuída pelo lobista (e também processado em casos de estelionato) Nilton Monteiro, os partidos atingidos (PSDB e todos da base do governo FHC) trataram de desqualificá-la atacando seu divulgador.
Monteiro não é Madre Teresa, mas a lista, embora divulgada por ele, havia chegado a suas mãos (e assinada) pelo ex-diretor de Furnas Centrais Elétricas S.A., Dimas Toledo.
Inicialmente, Nilton Monteiro apresentou apenas cópia da lista, e a Polícia Federal não viu indícios de montagem nela. Os partidos dos candidatos listados não se conformaram e exigiram que Monteiro apresentasse o original da lista, que ele dizia possuir. Tinham certeza de que ele não o faria.
Mas quebraram a cara. Ele não só apresentou a lista original, como o Instituto de Criminalística atestou sua autenticidade. Ou seja: não havia montagem e a assinatura do diretor de Furnas era autêntica.
Dois dos listados concordaram que receberam o valor assinalado, entre eles o famoso deputado do "mensalão" Roberto Jefferson
Agora, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor da Privataria Tucana, mergulhou na lista de Furnas.
Se o julgamento do tal mensalão é o momento presente do PT e aliados, o mensalão tucano em Minas (anterior em sete anos ao do PT) e a lista de Furnas são o futuro do PSDB e aliados, que virão se somar aos estragos da CPI do Cachoeira.

[Aqui você acessa os dados da lista de Furnas, e mais informações sobre ela]

Postado por Miro / Fonte Blog do miro 09/06/2012