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terça-feira, 11 de agosto de 2015

ACM Neto e os cactos antimendigos

Política

Socialista Morena
A técnica medieval supera todas as iniciativas já tomadas no País contra os sem-teto de que já ouvifalar. Passando pelo Vale do Canela, um dos locais onde os cactos foram plantados, percebi que os mendigos continuam dormindo ali, só que agora tentando manter distância de seus “colegas” espinhosos.

Por Cynara Menezes
No blog Socialista Morena
O prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, do DEM, resolveu inovar nas técnicas de tortura que os políticos de direita inventam no Brasil para impedir moradores de rua de dormirem embaixo dos viadutos: está mandando plantar cactos nos locais procurados pelos mendigos para se abrigar à noite. A técnica medieval supera todas as iniciativas já tomadas no País contra os sem-teto de que já ouvi falar. Passando pelo Vale do Canela, um dos locais onde os cactos foram plantados, percebi que os mendigos continuam dormindo ali, só que agora tentando manter distância de seus “colegas” espinhosos.
Segundo a prefeitura, no entanto, trata-se apenas de “paisagismo” e uma “opção estética”. O diretor de Áreas Verdes, Parques e Jardins, Uelber Reis, disse ao blog que, em muitos lugares, os cactos já existiam, mas os que foram plantados agora não tiveram como intenção impedir o abrigo dos sem-teto. “De maneira nenhuma. Nossa visão é de que mendigo não tem que dormir debaixo de viaduto, deve ser reintroduzido à sociedade. Temos vários programas sociais e abrigos. Não existe relação entre os cactos e os moradores de rua”, garantiu. “A escolha do cacto foi feita porque é uma planta que resiste bem ao sombreamento e achamos que ficou bonito.”
Não é a primeira vez que governantes de direita “resolvem” o problema dos moradores de rua expulsando-os dos vãos embaixo dos viadutos. Em São Paulo, quando José Serra, do PSDB, era prefeito, foram feitas rampas antimendigos: o piso sob os viadutos da cidade foi revestido com cimento áspero, tornando-o incômodo para quem tentasse dormir ali.
Em Belo Horizonte, na administração do atual prefeito Marcio Lacerda, do PSB, nova denúncia de higienismo contra os sem-teto: a administração mandou colocar pedras pontiagudas sob os viadutos da cidade. O caso foi explorado pelo opositor de Lacerda, Patrus Ananias, do PT, em vídeo divulgado na campanha eleitoral de 2012. Ainda assim, o prefeito foi reeleito.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes, do PMDB, também recorreu às pedras pontiagudas para repelir os moradores de rua dos viadutos da cidade. A prefeitura chama o suplício eufemisticamente de “jardim de pedras”.
Em Salvador, os movimentos sociais estão de olho nas tentativas de gentrificação da cidade. Esta semana, os barraqueiros do tradicional Mercado do Peixe, no Rio Vermelho, foram expulsos do local, que será reformado. A prefeitura promete realocá-los em outro lugar, mas ainda não disse onde.
Fonte - Blog do Miro  11/08/2015

sábado, 6 de julho de 2013

Prefeito vai vetar cobrança de ISS para incorporadoras

por Ricardo Luzbel
Fotos: Max Haack/Ag Haack/Bahia Noticias
Depois de se comprometer com os representantes da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) e não ter conseguido derrubar na Câmara Municipal de Salvador, o prefeito ACM Neto (DEM) consultou a bancada e fez uma votação em que 20 vereadores votaram a favor do veto e dez contra. O gestor ainda vai conversar com seus pares nesta quinta-feira (4) e a intenção é derrubar o artigo. A cobrança será alvo de reclamações do empresariado da construção civil, que não andam em boa fase, e o imposto acarretaria em mais um obstáculo de venda.


Fonte - Bahia Noticias  03/07/2013

domingo, 25 de dezembro de 2011

ACM Neto, o grampinho - POLÍTICA.com

Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDeLá:
Lembrei-me do episódio que narro abaixo depois de ver a notícia de que o deputado vai se candidatar à prefeitura de Salvador. E, segundo o presidente do DEM, senador Agripino Maia, ACM Neto é o fato novo do partido, com potencial para se projetar nacionalmente e reerguer a combalida legenda. Pois bem, vamos aos fatos.
Minha chefe me convoca para ir a Brasília. Pergunto se sou obrigado e ela responde que sim, que todos os editores do Jornal Nacional em São Paulo (são quatro ao todo, um por semana, sendo três mulheres e eu). Quero saber se preciso ser o primeiro da fila. Ela responde que não, que conversará com as outras editoras e decidirá quem vai primeiro. Peço para, se possível, ficar por último. Estamos em setembro de 2005.
A primeira colega foi, passou uma semana e voltou, desamparada. A segunda também seguiu para lá e voltou desmilinguida. A terceira editora entrou em licença médica. Assim, sobrou para mim. Comprei uma caixa dePassiflora (calmante natural de Maracujá) e segui viagem. Era para ser uma semana, mas fiquei duas. Entrava ao meio-dia e saia depois que o Jornal da Globo terminava, não raro depois da uma.
Minha tarefa era reforçar a edição do Jornal Nacional e do Jornal da Globo, mas como chegava antes do Jornal Hoje ainda ajudava a coordenar entradas ao vivo, isso quando não editava alguma matéria bruta para eles também. Resumindo: trabalho semi-escravo, desumano.
A capital federal ardia com duas CPIs simultâneas: a dos Correios (Mensalão) e a dos Bingos, apelidada de "Fim do Mundo", de tão ampla. Investigou os assassinatos dos prefeitos petistas de Campinas, Toninho do PT, e de Santo André, Celso Daniel; a “máfia do lixo” em Ribeirão Preto; o escândalo da Loterj; a renovação do contrato entre a multinacional GTech e a Caixa Econômica Federal para loterias; os dólares de Cuba para a campanha de Lula; a máfia do apito no Brasileirão, e por aí foi...
A "Fim do Mundo" teve papel importante na derrocada do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acusado de envolvimento com a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo. O caseiro afirmou ter visto Palocci na “casa do lobby”, mansão do Lago Sul onde, segundo denúncias, a República de Ribeirão dava expediente e festinhas para firmar negócios com empresários interessados em parcerias com o Governo Federal.
Nas reuniões preparatórias dos telejornais notei a existência de duas colegas, uma de São Paulo e outra de Brasília, que não botavam a mão na massa. Ou melhor, botavam sim, mas no cocô. Eram as duas porta-vozes do então todo-poderoso diretor de jornalismo Ali Kamel no Congresso.
O papel delas era articular a cobertura de cima para baixo. Elas definiam no gabinete dos deputados quais seriam as manchetes do dia seguinte de todos, digo, todos os jornais impressos e telejornais do país. E como funcionava isso? Enquanto corríamos feito loucos para assistir e noticiar os fatos daquele dia, elas se encarregavam dos vazamentos.
Tudo o que era conversado a portas fechadas, requerimentos sigilosos, acordos de bastidores, convocação de depoentes, as duas tinham acesso primeiro e municiavam os colegas com os desdobramentos daquilo que a Globo julgava mais conveniente à cobertura.
O pivô desta relação promíscua, para não dizer espúria, era o então deputado ACM Neto, apelidado carinhosamente de "grampinho" (talvez inspirado pelo estilo do avô). Foi uma destas colegas que delicadamente o aconselhou a parar de mascar chicletes nas sessões da CPI, para que não passasse uma imagem de adolescente. Afinal, o Brasil inteiro estava ligado, ou na TV Câmara, ou na TV Senado, quando não na Globonews.
Alguma coisa começou a dar errado quando houve os dois depoimentos mais esperados de todos: de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, à CPI do Mensalão, e do doleiro Toninho da Barcelona à dos Bingos: Tive o privilégio de assistir às mais de quatro horas da fala do banqueiro e, ao final, saí convencido de que uma enorme pizza estava no forno.
Ou melhor, começaria ali o plano de sangramento homeopático do Governo, que deveria durar um ano, até a corrida eleitoral de 2006, mas como todos sabemos, o plano não deu certo.
No fim daquela semana este editor voltaria para São Paulo conhecendo um pouco mais do tipo de jornalismo que se faz em Brasília, a partir de uma das maiores emissoras de TV do mundo, e dos tipos de jornalistas inescrupulosos que temos que encarar numa redação.
Postado por Miro - Fonte - Blog do Miro 25/12/12