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sábado, 1 de junho de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
O dia em que mataram FHC
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Obra de Gil Vicente |
Não se pode subestimar o desespero contido na empreitada. Desde 2001, quando o neoliberalismo alcançou o máximo de sua hegemonia, dando início à sua decadência, os valores morais, políticos e jurídicos que o sustentaram começaram a fazer água.
Natural que setores políticos associados a ele fossem levados de roldão pela própria dinâmica desencadeada. Quando a festa acabou, o prestígio do consórcio demotucano rastejava, sua base parlamentar estilhaçou e os convidados começaram a se retirar ou a brigar pelos ossos que sobraram. Com FHC paralisado, a equipe econômica e seus consultores em pânico, encerrava-se a aventura da direita que, em nome de um projeto sócio-liberal, promoveu a mais ampla liquidação do patrimônio público de que se tem notícia na história do país.
A partir de 2003, o governo petista conseguiu dar consequência prática à formação da base social de um projeto democrático e popular. Setores médios e pequenos do empresariado, embora refratários inicialmente, se agregaram em torno da nova proposta de poder. Além do amplo apoio da maioria da classe média - que não pode ser confundida com suas frações ressentidas e raivosas - a gestão de centro-esquerda, por suas políticas inclusivas, conseguiu se enraizar nos setores assalariados de baixa renda.
E o que sobrou dos parlamentares, professores e analistas que viram nos anos FHC o anúncio da modernização das relações entre o Estado e o capital, com o fim do "Estado cartorialista" e do "populismo econômico”? Quando morre um homem representativo, três hipóteses se afiguram: sua época já havia morrido, morre com ele, ou lhe sobrevive. Na primeira hipótese, o homem representativo era uma relíquia, um dinossauro e suas "qualidades" passam a balizar o juízo do senso comum. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um morto político com o projeto que implantou, é um exemplo significativo da justeza desta hipótese.
A asfixia interna que se seguiu no campo liberal-conservador provocou uma redução vertical dos quadros do PSDB que, na origem, ainda resistiam à avalanche reacionária e eram vozes mais ponderadas em um partido que desde sempre foi marcado pela conciliação e por vacilações. As possibilidades de renovação são mínimas e as alianças possíveis só podem ser feitas com setores oligárquicos e atrasados. Não por acaso mídia e judiciário adquiriram centralidade no jogo político.
Passados dez anos da devassa tucana, o Brasil encontra-se como alguém que, após uma longa caminhada numa floresta completamente escura, conseguiu vislumbrar uma clareira, com vários caminhos à frente. Na verdade, a diversidade de rotas é uma ilusão, porque há apenas dois destinos. O primeiro caminho - o proposto por articulistas, redatores, consultores e analistas do "antigo regime" - levaria ao esmagamento de todos os avanços conquistados nos últimos dez anos.
Por essa rota, que ainda levaria ao esmagamento de toda a acumulação industrial feita a duras penas e à custa do sacrifício de várias gerações de trabalhadores, o Brasil voltaria aos primórdios da década de 1930. A outra - a que não aparece sequer como possibilidade nas páginas e telas das classes dominantes - nos conduzirá à continuidade de transformações jurídico-institucionais que, constituindo direitos a partir da relação direta com o Poder Público, faça emergir uma nova cidadania.
Com a reação negativa à determinação do governo federal em reduzir as tarifas de energia elétrica, a oposição matou Fernando Henrique e foi ao cinema. Mas, ironicamente, prestou o primeiro serviço à nação. Mostrou o mapa oculto na grande imprensa.
Gilson Caroni Filho
No Blog do Miro
Fonte - Com Texto Livre 27/01/2013
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sábado, 9 de junho de 2012
"Lista de Furnas": quem e quanto - POLÍTICA.com
POLÍTICA.com
Por Antônio Mello, em seu blog:
Depois que um laudo do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal atestou a autenticidade da lista de Furnas, que mostrava quem recebeu e quanto dinheiro desviado da empresa nas eleições de 2002, os partidos de oposição aos governos populares Lula-Dilma entraram em polvorosa, especialmente o PSDB, que levou quase 70% da bolada, como mostra o gráfico a seguir.
Detalhe: Como o gráfico é antigo, onde se lê PFL, entenda-se o atual (por enquanto, já que se extingue rapidamente) DEM.
Teriam se beneficiado do caixa 2 de Furnas, na época do governo de Fernando Henrique Cardoso, por exemplo:
José Serra - 7 milhões -
Geraldo Alckmin - 9,3 milhões -
Aécio Neves - 5,5 milhões -
Kassab - 100 mil -
Eduardo Azeredo (chefe do mensalão tucano de Minas, que é pai do mensalão do PT) - 550 mil.
Logo que a lista apareceu, distribuída pelo lobista (e também processado em casos de estelionato) Nilton Monteiro, os partidos atingidos (PSDB e todos da base do governo FHC) trataram de desqualificá-la atacando seu divulgador.
Monteiro não é Madre Teresa, mas a lista, embora divulgada por ele, havia chegado a suas mãos (e assinada) pelo ex-diretor de Furnas Centrais Elétricas S.A., Dimas Toledo.
Inicialmente, Nilton Monteiro apresentou apenas cópia da lista, e a Polícia Federal não viu indícios de montagem nela. Os partidos dos candidatos listados não se conformaram e exigiram que Monteiro apresentasse o original da lista, que ele dizia possuir. Tinham certeza de que ele não o faria.
Mas quebraram a cara. Ele não só apresentou a lista original, como o Instituto de Criminalística atestou sua autenticidade. Ou seja: não havia montagem e a assinatura do diretor de Furnas era autêntica.
Dois dos listados concordaram que receberam o valor assinalado, entre eles o famoso deputado do "mensalão" Roberto Jefferson
Agora, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor da Privataria Tucana, mergulhou na lista de Furnas.
Se o julgamento do tal mensalão é o momento presente do PT e aliados, o mensalão tucano em Minas (anterior em sete anos ao do PT) e a lista de Furnas são o futuro do PSDB e aliados, que virão se somar aos estragos da CPI do Cachoeira.
[Aqui você acessa os dados da lista de Furnas, e mais informações sobre ela]
Postado por Miro / Fonte Blog do miro 09/06/2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Hora de rever as privatizações

DEBATE ABERTO
Hora de rever as privatizaçõesSe outros efeitos não causar à vida nacional o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., suas acusações reclamam o reexame profundo do processo de privatizações e suas razões. A presidente da República poderia fazer seu o lema de Tancredo: um governante só consegue fazer o que fizer junto com o seu povo
Mauro Santayana
Se outros efeitos não causar à vida nacional o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., suas acusações reclamam o reexame profundo do processo de privatizações e suas razões. Ao decidir por aquele caminho, o governo Collor estava sendo coerente com sua essencial natureza, que era a de restabelecer o poder econômico e político das oligarquias nordestinas e, com elas, dominar o país. A estratégia era a de buscar aliança internacional, aceitando os novos postulados de um projetado governo mundial, estabelecido pela Comissão Trilateral e pelo Clube de Bielderbeg. Foi assim que Collor formou a sua equipe econômica, e escolheu o Sr. Eduardo Modiano para presidir ao BNDES - e, ali, cuidar das privatizações.
Primeiro, houve a necessidade de se estabelecer o Plano Nacional de Desestatização. Tendo em vista a reação da sociedade e as denúncias de corrupção contra o grupo do presidente, não foi possível fazê-lo da noite para o dia, e o tempo passou. O impeachment de Collor e a ascensão de Itamar representaram certo freio no processo, não obstante a pressão dos interessados.
Com a chegada de Fernando Henrique ao Ministério da Fazenda, as pressões se acentuaram, mas Itamar foi cozinhando as coisas em banho-maria. Fernando Henrique se entregou à causa do neoliberalismo e da globalização com entusiasmo. Ele repudiou a sua fé antiga no Estado, e saudou o domínio dos centros financeiros mundiais – com suas conseqüências, como as da exclusão do mundo econômico dos chamados “incapazes” – como um Novo Renascimento.
Ora, o Brasil era dos poucos países do mundo que podiam dizer não ao Consenso de Washington. Com todas as suas dificuldades, entre elas a de rolar a dívida externa, poderíamos, se fosse o caso, fechar as fronteiras e partir para uma economia autônoma, com a ampliação do mercado interno. Se assim agíssemos, é seguro que serviríamos de exemplo de resistência para numerosos países do Terceiro Mundo, entre eles os nossos vizinhos do continente.
Alguns dos mais importantes pensadores contemporâneos- entre eles Federico Mayor Zaragoza, em artigo publicado em El País há dias, e Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia - constataram que o desmantelamento do Estado, a partir dos governos de Margareth Thatcher, na Grã Bretanha, e de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, foi a maior estupidez política e econômica do fim do século 20. Além de concentrar o poder financeiro em duas ou três grandes instituições, entre elas, o Goldman Sachs, que é hoje o senhor da Europa, provocou o desemprego em massa; a erosão do sistema educacional, com o surgimento de escolas privadas que só servem para vender diplomas; a contaminação dos sistemas judiciários mundiais, a partir da Suprema Corte dos Estados Unidos – que, entre outras decisões, convalidou a fraude eleitoral da Flórida, dando a vitória a Bush, nas eleições de 2000 -; a acelerada degradação do meio-ambiente e, agora, desmonta a Comunidade Européia. No Brasil, como podemos nos lembrar, não só os pobres sofreram com a miséria e o desemprego: a classe média se empobreceu a ponto de engenheiros serem compelidos a vender sanduíches e limonadas nas praias.
É o momento para que a sociedade brasileira se articule e exija do governo a reversão do processo de privatizações. As corporações multinacionais já dominam grande parte da economia brasileira e é necessário que retomemos as atividades estratégicas, a fim de preservar a soberania nacional. É também urgente sustar a incontrolada remessa de lucros, obrigando as multinacionais a investi-los aqui e taxar a parte enviada às matrizes; aprovar legislação que obrigue as empresas a limpa e transparente escrituração contábil; regulamentar estritamente a atividade bancária e proibir as operações com paraísos fiscais. É imprescindível retomar o conceito de empresa nacional da Constituição de 1988 – sem o que o BNDES continuará a financiar as multinacionais com condições favorecidas.
A CPI que provavelmente será constituída, a pedido dos deputados Protógenes Queiroz e Brizola Neto, naturalmente não se perderá nos detalhes menores – e irá a fundo na análise das privatizações, a partir de 1990, para que se esclareça a constrangedora vassalagem de alguns brasileiros, diante das ordens emanadas de Washington. Mas para tanto é imprescindível a participação dos intelectuais, dos sindicatos de trabalhadores e de todas as entidades estudantis, da UNE, aos diretórios colegiais. Sem a mobilização da sociedade, por mais se esforcem os defensores do interesse nacional, continuaremos submetidos aos contratos do passado. A presidente da República poderia fazer seu o lema de Tancredo: um governante só consegue fazer o que fizer junto com o seu povo. Fonte - Carta Maior Pregopontocom 16/12/2011
Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte Fonte - Carta Maior 16/12/2011
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